Sou assim. O meu corpo é uma régua que regista os valores máximos de acidez e alcalinidade. Adoro e detesto coisas. Adoro e detesto pessoas.
Detesto ver pessoas que se superiorizam às outras por terem mais escola, dinheiro, coisas, amigos ou seja lá o que for;
Adoro quando as pessoas omitem ou não exibem estas “superioridades” e ouvem, falam, olham de igual forma para todos os seres humanos.
Detesto quando as pessoas agem como se fossem o centro do mundo, não tentando ver pelo olhar do outro, pôr-se no lugar do outro;
Adoro ver seres humanos que conseguem distanciar-se de si próprios, da sua visão, do seu lugar e colocar-se do outro lado, do outro, do estranho, do vizinho, do outro clube, do outro lado da fronteira, do outro lado do ser, do outro lado do mundo.
Detesto piadas à custa da “fraqueza” dos outros;
Adoro quando as pessoas, pelo contrário, habilmente mudam de assunto, brincam com as situações transformando uma situação de embaraço num momento simpático e de solidariedade.
Detesto a inveja;
Adoro a generosidade.
Detesto a frieza;
Adoro a amizade.
Detesto a característica de alguns seres humanos defenderem o seu sangue, a sua família como se existissem dois tipos de seres humanos: os que têm os seus genes e os que não têm;
Adoro quando as pessoas adoptam e ajudam desconhecidos, quando não têm medo do escuro e pessoas para quem o mundo é para correr.
Porque é que eu adoro e detesto?
Porque é que não me fico no meio termo de não sentir nada de especial, de não tomar partido, de não fazer opções?
Porque sou biliosa, nervosa, porque a minha mãe teve uma gravidez stressada, porque tenho excesso de testosterona?
Pode ser por tudo isto mas eu também quero ser assim. Ainda que corra o risco de ter inimigos. Porque os verdadeiros amigos também se fazem assim.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
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10 comentários:
E eu adoro que sejas assim como és, sem tirar nem pôr! :)
Aqui está uma bela apresentação para começar um blogue.
Vou passar a visitar-te neste espaço virtual. Posta com regularidade.
Abraço
E assim é que é, mor. Há que saber onde pôr os sins, os nãos e os talvezes. E não ter medo de dizer quero isto, não quero aquilo, etc. Beijinhos.
e pronto! eu também sou assim um bocadisquito, com menos certezas e com mais fraquezas. mas tu também não és assim tão de extremos. ou,. melhor dizendo, já não te mostras tão assim. é a porra da vida a dizer "cerra os dentes e sorri, que eu serei melhor para ti". condescendamos, portanto. mas sem vergar no essencial. esperamos.
no meio termo está a virtude, empestada e empaleada. beijos muitos
belo modo de começar querida, boas-vindas a blogosfera, vai gostar-me muito ler-te. beijos
olá
uau!
J.
detestar ou adorar não será em si discriminar tb?
E discriminar a discriminação não será também discriminação?
claro e coerente não?
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